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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Canto para minha morte
Foto: do filme "Seventh Seal" de Ingmar Bergman
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir
Toda vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que eu esteja vendo essa pessoa pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar.
De que forma ela virá?
Será que ela vai esperar eu acabar o que tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada
E que está em algum lugar me esperando,
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar
Vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar
Esperas só por mim
E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,
Mas tenho que encontrar
Vem! Mas demore a chegar
Eu te detesto e amo
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Qual será a forma de minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida?
Existem tantas... um acidente de carro
O coração que se recusa a bater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal-vivida,
A ferida mal-curada
A dor já envelhecida,
O câncer já espalhado e ainda escondido
Ou até, quem sabe,
O escorregão idiota num dia de sol,
A cabeça no meio-fio...
Ó morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato, e o homem
Vista-se com tua mais bela roupa quando vieres me buscar!
Que meu corpo seja cremado
E que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu.
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos,
Na palavra rude que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber... aquela noite...
Vou te encontrar
Vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar
Esperas só por mim
E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,
Mas tenho que encontrar
Vem! Mas demore a chegar
Eu te detesto e amo
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar
Esperas só por mim
E no teu beijo
Provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,
Mas tenho que encontrar
Vem! Mas demore a chegar
Eu te detesto e amo
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte, que talvez
Seja o segredo desta vida
Raul Seixas
(do álbum "Há 10 Mil Anos Atrás")
(Postagem da série: músicas que falam por mim)
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Mensagem ao Brasil
Quando vi o documentário abaixo, achei que era minha obrigação como cidadão publicá-lo em meu blog. Pois penso que todo brasileiro deveria assistí-lo.
Foi produzido pela BBC, por volta de 1993, e por motivos óbvios foi proibido aqui no Brasil. Conta a história da rede Globo de televisão e seu envolvimento com a política do país, dando maior ênfase ao regime militar.
É uma pena a maioria dos brasileiros viver na miséria e não ter acesso a esses vídeos. São dezenas de milhões de pessoas que não têm computador, não têm acesso à internet, não têm saúde, ensino básico nem o que comer, mas têm acesso à televisão (infelizmente). Mas espero que todo brasileiro que tem esses privilégios veja como se faz política neste país.
E tomara que o Roberto Marinho nunca entre neste blog. Tenho medo. hehe
Parte 1:
Parte 2:
Parte 3:
Parte 4:
Foi produzido pela BBC, por volta de 1993, e por motivos óbvios foi proibido aqui no Brasil. Conta a história da rede Globo de televisão e seu envolvimento com a política do país, dando maior ênfase ao regime militar.
É uma pena a maioria dos brasileiros viver na miséria e não ter acesso a esses vídeos. São dezenas de milhões de pessoas que não têm computador, não têm acesso à internet, não têm saúde, ensino básico nem o que comer, mas têm acesso à televisão (infelizmente). Mas espero que todo brasileiro que tem esses privilégios veja como se faz política neste país.
E tomara que o Roberto Marinho nunca entre neste blog. Tenho medo. hehe
Parte 1:
Parte 2:
Parte 3:
Parte 4:
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
A Alegria e a Tristeza
Então, uma mulher disse: "Fala-nos da alegria e da tristeza."
E ele respondeu:
E ele respondeu:
"Vossa alegria é vossa tristeza desmascarada.
E o mesmo poço que dá nascimento a vosso riso foi muitas vezes preenchido com vossas lágrimas.
E como poderia ser assim?
Quanto mais profundamente a tristeza cavar suas garras em vosso ser, tanto mais alegria podereis conter.
Não é a taça em que verteis vosso vinho a mesma que foi queimada no forno do oleiro?
E não é a lira que acaricia vossas almas a própria madeira que foi entalhada à faca?
Quando estiverdes alegres, olhai no fundo de vosso coração, e achareis que o que vos deu tristeza é aquilo mesmo que vos está dando alegria.
E quando estiverdes tristes, olhai novamente no vosso coração e vereis que, na verdade, estais chorando por aquilo mesmo que constituiu vosso deleite.
Alguns dentre vós dizeis: 'A alegria é maior que a tristeza', e outros dizem: 'Não, a tristeza é maior'.
Eu, porém, vos digo que elas são inseparáveis.
Vêm sempre juntas; e quando uma está sentada à vossa mesa, lembrai-vos de que a outra dorme em vossa cama.
Em verdade, estais suspensos como os pratos de uma balança entre vossa tristeza e vossa alegria.
É somente quando estais vazios que estais em equilíbrio.
Quando o guarda do tesouro vos suspende para pesar seu ouro e sua prata, entao deve a vossa alegria ou a vossa tristeza subir ou descer."
Gibran Khalil Gibran
(do livro "O Profeta")
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Que puxa...
Dizem que a gente aprende muito mais com as derrotas que com as vitórias. Mas uma derrota dói pra cacete, hein.
Que lixo!
Que lixo!
Mas o negócio é aproveitar a honra de tamanho aprendizado e se não melhorar pelo menos a gente fica mais sábio.
Pois é, a vida segue em frente, com ou sem a gente.
Epa, isso dá samba!
sexta-feira, 6 de julho de 2007
quinta-feira, 28 de junho de 2007
O Louco
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!". Olhei para cima para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
E assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
E assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Gibran Khalil Gibran
(O Louco )
O Começo
Então,
Este é o meu primeiro blog, portanto desculpem qualquer coisa. Não terei muito tempo de atualizá-lo, então aconselho a entrar nele tipo uma vez por mês para não ficarem chateados.
Aqui colocarei textos de autores que aprecio, imagens que me inspiram e talvez alguns links interessantes. E muito de vez em quando, observações e opiniões próprias sobre assuntos que me parecem pertinentes para dividir com outras pessoas.
De começo é isso, espero que gostem e se não gostarem não precisam estar aqui, boa viagem.
Um abraço a todos.
O editor
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